O Brasil não pensa sério no Brasil como um todo; o Norte e Nordeste sofreram nos últimos duzentos anos muita segregação econômica e social. Esta parte da história do desenvolvimento econômico do Brasil ainda é serveramente mantida nas sombras.
Na década de 70 o MA era o mais importante estado no cinturão do arroz brasileiro. Podaram suas forças de produzir arroz em suas terras férteis para tanto, e assim gerar emprego e renda no campo. O MA era tido como o Estado esperança do Brasil. Porém investia-se tudo que se tinha para fortalecer o sul e sudeste do país.
O MA e outros estados do nordeste perderam sistematicamente sua importância econômica para o sul e sudeste, região-foco da política de imigração (a partir de 1740 e intensificada a partir de 1824) e de desenvolvimento econômico da monarquia habsburgo-bragança brasileira e da maioria dos governos republicanos que a sucederam.
EXEMPLOS DE FATOS DESCONHECIDOS SOBRE O MA
Por volta do ano 1800 a revolução industrial estava estourando no reino Unido e resto da Europa; surgiam novas máquinas como a força do motor a vapor, o trabalho no campo estava se industrializando, a eletricidade possibilitava o uso de muitas outras novas invenções como o telegráfo, construía-se ferrovias, etc.. A mão-de-obra que estava praticamente no campo, se movimentava para as cidades em busca de emprego nas fábricas. No Brasil aboliu-se a escravidão (1888). Era a grande chance para o MA modernizar suas fábricas, suas estruturas de transporte e comunicação, treinar novos empregados assim como aconteceu na Europa e nos EUA na mesma época. Sua localização geográfica era favorável aos negócios com mercados internacionais, principalmente com a Europa e os EUA.
De acôrdo com o CENSO 1872 (1), 150 navios aportavam por ano em São Luís e as exportações chegaram a quase um milhão de libras enquanto a colônia inteira exportava, em média, três milhões. Devido a força do algodão maranhense como fator de maior peso na economia brasileira, o Maranhão atingiu o maior PIB per capita do Brasil, com 112 dólares, quase o dobro do PIB per capita médio no Brasil que era de 61,2 dólares. Utilizando-se ainda dados do censo de 1872, é possível perceber que nesta época o PIB per capita maranhense era semelhante ao dos Estados Unidos da América e maior que o Português. Durante esses anos o Maranhão se tornou a zona mais próspera da colônia portuguesa no hemisfério sul. E o nordeste não estava satisfeito com a política de apadrinhamento dos braganças-habsburgos (imperadores do Brasil).
Hoje somos um Estado raquítico num país atrofiado, ambos cheios de riquezas, mas mesmo assim continuamos no rumo dado pela monarquia dos braganças-habsburgos, e o Brasil ainda mão aprendeu a desenvolver seus potencias econômicos, pois para fazer um setor econômico crescer, ele sacrifica outros. Parece um desesperado cheio de falsos orgulhos.
O BRASIL IMPORTA ARROZ E FEIJÃO, SEUS ALIMENTOS MAIS BÁSICOS
O Brasil tem solo fértil para ser auto-suficiente na produção de seus alimentos mais básicos, porém ele não o faz: „O Brasil importou o 3º maior volume de arroz da história em dezembro de 2020, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, com série histórica iniciada em 1997. As importações totalizaram 217,42 mil toneladas de arroz (equivalente casca), cerca de 16% acima do que foi registrado no mês anterior e 239,5% maior do que o comparativo anual.“(2)
„A maior parte dos envios ao Brasil em dezembro foram dos Estados Unidos, com mais de 60 mil t. No acumulado do ano, as importações atingem 1,26 milhão de t em equivalente arroz em casca, o maior volume em 17 anos. Os números refletem a flexibilização da Tarifa Externa Comum (TEC) para países de fora do Mercosul na aquisição de 400 mil t, com validade até dezembro de 2020.“ (2)
Por garra dos maranhenses e com todas as adversidades das políticas de desenvolvimento econômico estaduais e federais…: „O Maranhão é o maior produtor de arroz do Nordeste.“ (3). Mas hoje, o outrora estado do futuro, perde para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso.
Infelizmente o BR importa cada vêz mais produtos da alimentação humana como por ex. arroz, feijão, carne e outros itens, eqto a produção de alimentos para bichos, ex. Soja, dá records! Tudo no Brasil foca nesse tipo de produção. Assim foi também na época da cana-de-açucar, projeto pro-álcool dos governos militares. A política brasileira parece ser incapaz de desenvolver os potenciais do Brasil de forma mais igual.
O BRASIL VAI ALIMENTAR O MUNDO. E VAI ALIMENTAR OS BRASILEIROS TAMBÉM?
As fontes de informações do governo brasileiro e das lobbies do agribusiness se vangloriam do Brasil em breve vir a alimentar o mundo com seus produtos agrícolas. Mas os de casa precisam pagar caro pelo arroz e feijão que comem, pois são importados. Alimentar o mundo com soja, carne de gado e de frangos são a âncora do nova política de desenvolvimento economico do Brasil; na época do governa da ditadura militar era o álcool a partir da cana-de-açucar. O arroz, por exemplo, o Brasil ignora.
A importância do arroz para o MA e o mundo
O arroz é considerado pela Organização Mundial de Alimentação e Agricultura (FAO) como um dos alimentos mais importantes para a nutrição humana. Ele tem um papel fundamental não apenas na luta contra a fome, mas também para a geração de emprego e renda para milhões de pessoas. O ano de 2004, por exemplo, foi considerado pela FAO como o Ano Internacional do Arroz. Trata-se do único cereal a receber tal distinção.
O que isso significaria para o MA? Buscar modernizar a produção de arroz, aumentar essa produção e exportar o que foi produzido a mais gerando renda e potenção de venda cross selling para outros produtos do Maranhão, ou seja, o Maranhão se tornaria uma marca de qualidade mundial a partir de seus produtos da agricultura.
Se o Brasil fosse a Alemanha, país que eu conheço a fundo, não deixaría um potencial de desenvolvimento sequer se perder ou inativo, ele iría turbinar seu desenvolvimento e iria exportar e se tornar uma das economias mais poderosas e respeitadas do planeta.
Mas o Brasil não é a Alemanha apesar dele ser 24 vezes maior e possuir infinitamente mais riquezas naturais do que ela e nunca ter sido destruído e ter que pagar reparações de guerras à diversos países.
Mas se o Brasil não sabe pensar e agir como uma Alemanha do pós-guerra, o Maranhão poderia fazê-lo, pois nossa constituição assim permite e sua localização geográfica é uma das mais importantes chaves de sucesso econômico e ambiental dele na região do oceano atlântico, do mar mediterrâneo e da região norte da Africa (onde estão os países mais ricos deste continente).
Quem tem preguiça de pensar e agir grande, permanece pequeno e raquítico.
Fontes literárias:
(2) Sítio de internet Noticias Agrícolas, publicado em 12/01/2021 às 17:00 hrs.
(3) https://planetaarroz.com.br/maranhao-e-o-maior-produtor-de-arroz-do-nordeste/, pesquisado dia 29.05.2022.
Os maranhenses preferiram o Reggae. Sarney acabou com a Atenas brasileira, lhes deu deu Reggae, ficou com uma ilha e ainda vou presidente do Brasil. E os maranhenses? Tem a capital do Reggae do Brasil e moram no estado mais pobre do país. Os do sul souberam fazer bom uso de suas chances.
O MA desde a era Sarney foi condenado a servir aos interesses dessa família. Todos os líderes desde então mais prometeram do que realizaram e o povo se alinhando com tal cultura do desça. Basta ver que com todo potencial turístico, o MA continua raquítico nessa área e em todas as outras.