A Polônia e o povo polonês têm uma longa história de luta pela liberdade contra várias potências estrangeiras interessadas em seu território, sobretudos contra os alemães, russos e austríacos em suas mais diversas formações políticas.
Depois da 4ª ocupação e a subsequente 4° extinção do Estado polonês pelos alemães nazistas em 1938 e após sua libertação pelas forças aliadas, a Polônia foi forçada a se submeter ao regime comunista da UdSSR, uma das forças aliadas que em 1945 a libertaram do regime nazista. Os polonêses foram libertados do regime de terror dos alemães e em seguida foram submetidos a um outro regime de terror, o dos soviéticos liderados pela Rússia. Mas nem o poderoso sistema alemão planejado e altamente militarizado para posse e extermínio do povo polonêses e nem o sistema comunista politicamente aparelhado para controlar o pensamento e a liberdade dos polonêses foram assim simplesmente aceitos sem lutas e resistência, pois não era a liberdade pela qual eles iniciaram reformas e lutas lá no século 16 e que, por se empenharem em buscar um sistema político mais justo, que lhes garantisse um progresso em prol da liberdade, tiveram seu território ocupado por diversas vêzes por vizinhos que impuseram-lhes suas vontades absolutas extinguindo até mesmo seu Estado e os tratando como corpo estranho dentro do próprio território-pátria por 122 anos.
O socialismo serve para os poloneses, assim como „uma sela serveria para uma vaca“
J. Stalin
A Polônia foi vítima de potencias estrangeiras que se acharam sob risco por causa de suas aspirações democráticas. Em consequência disso, no século 17 três chefes de estado de origem alemã (ou germânica) se apossaram do território da Polônia fazendo a mesma desaparecer como nação por 122 anos: Catarina, a Grande, pelo Império Russo; Friedrich II pela Prússia e Ferdinando I pela Áustria.
Alegoria da primeira partição da Polônia, mostrando Catarina, a Grande, da Rússia (à esquerda), José II da Áustria e Frederico, o Grande, da Prússia (à direita) discutindo sobre suas conquistas territoriais, Wikipedia.
No dia de hoje, há 250 anos, a Prússia, a Rússia e a Áustria ocuparam e dividiram entre si pela primeira vez o Estado polonês que na época era formado em união com a Lituânia. Embora as mudanças territoriais feitas às custas da Polônia determinem ainda nos dias de hoje a ordem europeia, elas até hoje dificilmente constam dentre os eventos particularmente notáveis da história européia. Essa é uma partre da história que parece ser propositalmente ignorada, pois revela uma horrível repetição dessas ambições ao longo da evolução política, econômica, social e cultural talvez porque levante questões fundamentais sobre a natureza da civilização européia, de nações como a Alemanha, as regras do progresso e as condições para uma paz duradoura.
A primeira ocupação da Polônia permitiu o avanço das fronteiras da Rússia rumo à Europa Central. Pelo menos essa foi a opinião do estadista e filósofo irlandês-britânico Edmund Burke, contemporâneo da época. Burke acertadamente, como comprovam todas as épocas que se sucederam até o atual século 21, havia chegado a conclusão, depois de refletir sobre a relação entre política interna e externa, de que a crise polonesa de 1772 não serviu para estabelecer o Equilíbrio de Poder apenas como o garante da paz continental entre as super potencias da epoca, mas também para reconhecer como funciona o ‚espírito‘ único da sociedade civil europeia.
Historiadores, muitos de lingua alemã, gostam de descrever a Polônia como um Estado de Reis incompetentes, que mais provocaram o caos do que a ordem. Na verdade a Polônia sempre foi um território cobiçado pelos seus poderosos vizinhos. O caos existiu e marcou profundamente o desenrolar do futuro do povo polonês, mas foi um caos também em boa parte „induzido“ pela Rússia, Alemanha e Áustria que provocou seu enfraquecimento. Mas a fraqueza da Polônia também não foi a única razão para a subsequente domínio dessas três nações sobre a Polônia. Mas sim, foi o pacto das potências européias no século 18 que levou à extinção do Estado polonês. Enquanto a Rússia, Alemanha e Áustria se apossavam do território polonês, nem Londres ou Paris estavam interessados em um confronto direto com São Petersburgo, Berlim ou Viena, ou seja, eles se posicionaram neutros.
Prelúdio das ocupações e divisões do Estado Polonês
Quando a história trata do surgimento da Polônia como Reino, então históriadores se referem a dois momentos importantes: o primeiro foi a elevação do duque polonês Bolesław I ao status de “irmão e ajudante do Sacro Império Romano das Nações Germânicas” pelo imperador Otto III. em 1000 e o segundo momento foi a auto-coroação dele (do duque Bolesław I) em 1025 como rei da Polônia, pouco antes de sua morte.
1569: 1ª República Polonesa – Monarquia Constitucional
Mais tarde, em 1569, a Polônia (também chamado Rzeczpospolita ou República Real e em latim Respublica Poloniae) se uniu à Lituânia (Lituânia precisava de um parceiro forte contra a Rússia) formando uma monarquia republicana, ou seja, um Estado dualista, federal e feudal que tinha elementos de uma república baseada em uma monarquia parlamentar-constitucional (monarquia mixta) e um governante à frente do Estado eleito pela maioria da aristocracia em eleições livres. A monarquia republicana da Polônia era bem estruturada, possuía um Chanceler (Jan Zamoyski), Ministros e Senadores. Porém a Polônia não possuía experiência com esse sistema moderno de gestão política no qual um Rei precisava de um parlamento para executar as políticas reais.
Quadro acima: União de Lublin, por Matejko, copyright expired.
O novo Estado polonês-lituano era o maior Estado e uma super-potência militar e econômica da Europa, e esse novo Estado polonês foi formado a contra-gosto da Rússia que era aliada da Prússia e a Prússia da Áustria.
Na União Polônia-Lituânia, a „szlachta“ (pequena nobreza polonesa), que emergiu da cavalaria dos primordios da Idade Média, provou ser a força política mais forte nesse novo Estado. Seu Sejm (parlamento) já realizava sessões já desde 1493, e a constituição real de „Nihil Novi“ estava em vigor já desde 1505. Esta constituição estipulava que no Parlamento (Sejm) todas as novas leis precisavam previamente serem aprovadas e que o Rei era apenas o Chefe de Estado, eleito pelo tempo de vida (vitalício), mas com poderes limitados (monarquia eletiva). Sua principal área de atuação era a política externa. A Polônia havia se tornado numa república aristocrática governada pela „Liberdade Dourada„, ou seja, um sistema que garantia direitos iguais para todos os nobres, nobres pobres e ricos; a baixa nobreza simples e empobrecida estava agora legalmente em pé de igualdade com a alta nobreza, que geralmente possuía grandes propriedades.
Em 1652, o szlachta (pequena nobreza polonesa) reivindicou outro direito para si: o „liberum veto“ (direito ao veto dos cidadãos livres, ou seja, aqueles que não eram propriedade dos donos de terras, dos senhores feudais); esse novo direito cívico permitiu que todos os membros da szlachta (pequena nobreza polonesa) pudessem barrar uma decisão previamente negociada do Sejm por meio de vetos. Os pequenos nobres, então apoliticos e financeiramente fracos, eram agora onipotentes (possuám poderes iguais aos nobres e magnatas) no Estado Polônia-Lituânia.
A nova cultura política da Polônia incomodava os vizinhos que não seguiam a mesma linha de modernização polonêsa.
Para a Idade Média, uma era na qual todos os poderes estavam absolutamente centralizados na pessoa do Rei, ou seja, no monarca, essa distribuição de poderes políticos com a nobreza na Polônia era de tal maneira avançada que causava mêdo nas monarquias absolutas de seus poderosos vizinhos, pois seus monarcas não queriam repartir seus poderes com ninguém.
A massa popular ainda continuava sob o julgo dos seus senhores feudais. A democracia polonêsa estava tomando forma e mais tarde iria influenciuar a Revolução Francesa, e bem mais tarde, centenas de anos mais tarde, teríamos o que entendemos hoje por democracia com participação de todos os cidadãos independentemente da classe social.
Assim como nos dias de hoje, onde os partidos somente apoiam um Presidente se este lhes der algo de vantagem em troca (ex. Ministério com poderes de decisção), na moderna Polônia da Idade Média a coisa não era diferente, os nobres, magnatas e o Rei estavam em constantes negociações para conseguirem impor seus objetivos e condições para os mesmo serem alcançados. Era uma situação de „uma mão lava a outra“ ou toma lá, dá cá“. No Sejm (o parlamento polonês), as decisões só podiam ser tomadas com base na unanimidade, pois cada nobre e magnata tinha que concordar com uma decisão, caso contrário a decisão não era válida, e isso dificultava o avanço da gestão política da Polônia sob um regime democrático nesta era ainda tão medieval. Isso enfraquecia Polônia perante seus gananciosos vizinhos, pois eram monarquias absolutas cujas decisões eram tomadas somente por uma pessoa, o monarca.
No ano de 1697 um Rei polonês faleceu sem deixar um sucessor. A partir daí Reis polonêses passaram a ser escolhidos entre os nobres e magnatas, membros do parlamento polonês, ou seja, a escolha de um monarca por sucessão de sangue, como era comum nesta época na Europa absolutista, deixou de existir na Polônia neste ano de 1697.
A monarquia da Polônia era tão moderna que permitia que um nobre de um outro país participasse da eleição a Rei polonês. Imagem um rico cidadão estrageiro ser candidato a Presidente do Brasil! Isso é algo inimagiável no nosso século 21. Mas na Polônia desde o séc 15, poucos anos depois do descobrimento do Brasil, isso já havia se tornado normal.
Exemplos de Reis que eram de outros países são Sigismundo III da Suécia que se tornou Rei da Polônia e reinou de 1587 a 1592. Mais tarde um Duque alemão, o Duque da Saxônia, se tornou Rei polonês em 1679.
Com o passar dos tempos muitos conflitos internos surgiram, pois os nobres e magnatas, impediam a reforma democrática do Estado polonês, eles não chegavam a um denominador comum. Os conflitos eram tamanhos que o Sejm (o Parlamento polonês) geralmente se desfazia sem que as resoluções fossem aprovadas por seus membros. Talvêz muitas vêzes „comprados“, como dizemos hoje no Brasil, para se oporem a alguma reforma de interesse da modernização da nação polonêsa. E quem lucrava com o caos na Polônia eram seus ambiciosos vizinhos, pois com uma Polônia fraca e internamente desunida era mais fácil enfraquecer o Rei que cada vêz menos conseguia governar com sucesso.
Ex-amante de Catarina – a Grande, da Rússia, torna-se Rei da Polônia
Em 1764, o ex-amante de Catarina – a Grande, da Rússia, Stanisław August Poniatowski, foi eleito Rei da Polônia e subiu ao trono polonês com a benção de sua poderosa amante e se tornou Rei Estanislau II. Mesmo assim, sua eleição para o trono polonês foi realizada na presença do exército russo. No entanto, imediatamente após sua eleição, o rei de 32 anos lançou um ambicioso programa de reforma para o país sem consultar a Rússia. Como Rei da Polônia ele queria acabar com a anarquia e salvar seu país desse caos: ele visava, contrariamente às intenções da Rússia, um renascimento civilizacional, cultural, econômico e militar da Polônia e sucessivamente ganhar a independência da Rússia mudando as relações com o país de vassalo para parceiro de igual para igual.
A história o trata como um polonês “iluminado” que havia sido deputado de vários períodos do Seyms (Parlamento polonês) entre 1750 e 1764 e tinha uma compreensão mais profunda da política polonesa do que os monarcas anteriores. Mas suas tentativas consecutivas de reformas e de emancipação política foram impedidas por Katharina II, mesmo sabendo que isso prejudicaria sua posição como Rei. Katharina II exigiu que outras religiões recebessem da Polônia um reconhecimento e tratamento igual à católica. Por causa da posição dominante da Igreja Católica, esta exigência encontrou forte resistência. Parte da nobreza polonesa proclamou uma confederação em 1768 (Confederação de Bar) para restaurar a supremacia da religião católica, destronar o Rei e eliminar a supremacia russa.
A luta contra intromissão estrangeira e pela liberdade – Confederação de Bar (1768 – 1772).
As intervenções russas de um lado e pelo outro, a antipatia pelo Rei entre a maior parte dos magnatas e da nobreza conservadora, se opuseram às reformas que levaram à formação da Confederação de Bar em 1768 para lutar numa guerra civil que durou cinco anos contra a opressão russa e de seus aliados. A nobreza lutou sob a bandeira da Confederação defendendo a fé cristã e liberdade tentando derrubar o Rei e impedir as reformas.
O Rei polonês apoia a Rússia
Em 23 de Março de 1768, o rei Stanisław August Poniatowski ou Estanislau II se reuniu com o Conselho Real do Senado polonês para tratar do pedido do Exército Imperial Russo para combater a Confederação de Bar. O Senado não aprovou o pedido russo. No entanto, o Rei decidiu impor na marra e sem autoridade para tanto o pedido das forças russas para demonstrar sua devoção e lealdade inabalável à imperatriz russa Catarina II. O Exército Imperial Russo invadiu a Polônia-Lituânia e foi apoiado por forças do Exército Real Polonês liderado por Hetman Branicki na luta contra a Confederação de Bar
As consequências da guerra do lado da Confederação de Bar foram cerca de 60.000 mortos e até 6.000 deportados. Os deportados, juntamente com suas famílias, formaram o primeiro grupo significativo de poloneses a serem deportados e obrigados a se exilarem na Sibéria. Os participantes restantes, que conseguiram fugir para o oeste com suas famílias, ficaram sob domínio estrangeiro prussiano ou austríaco após a primeira partição da Polônia-Lituânia. Muitos nobres empobrecidos não puderam provar sua origem e, assim, perderam sues status de nobres. A szlachta (pequena nobreza polonesa) foi privada do poder, mas manteve suas tradições e formou a espinha dorsal das subsequentes revoltas nacionais polonesas. A Confederação de Bar é considerada o último movimento de massa da szlachta (pequena nobreza polonesa) e a primeira revolta nacional polonesa. A opinião de Adam Mickiewicz de 1833 O ludziach rozsądnych i ludziach szalonych („Sobre pessoas razoáveis e loucas“) identifica pela primeira vez a Confederação de Bar como a Primeira Revolta Nacional Polonesa, marcando o início do „Mito dos Bares“. Todas as revoltas polonesas subsequentes até a década de 1970 foram motivadas pelo lema „Fé e Liberdade“ e, portanto, foram ramificações da Confederação de Bar. A Confederação de Bar também é comemorada no Túmulo do Soldado Desconhecido de Varsóvia com a inscrição „KONFEDERACJA BARSKA 29 II 1768 „. – 18VII 1772“.
A queda da Confederação de Bar em 1772 trouxe a Primeira Ocupação e Partição da Polônia, significando uma perda de 1/4 do território e da população para a Rússia, Prússia e Áustria.
A Prússia sonhava em destruir a Polônia sucessivamente
O Rei prusso Frederico II havia estabelecido em seu testamento político de 1752 o plano de „comer“ a Polônia como se come uma alcachofra, „folha por folha“. A fim de garantir um pedaço lucrativo do território polonês para a Prússia em tempo habil, Frederico II enviou seu irmão Heinrich a São Petersburgo para persuasão de Catarina II negociações em 1771 para a invasão e anexação da Polônia com divisão de seu território entre os aliados: Rússia, Prússia e Áustria.
Catarina II não precisou ser persuadida por muito tempo, „afinal, todo mundo deveria obter alguma coisa“, afirmou ela pragmaticamente. A Rússia corria o risco de perder o controle da Polônia. As coisas não andavam bem na própria Rússia. Além dos distúrbios causados pela pandemia (peste negra) em Moscou, uma revolta sangrenta dos cossacos se espalhou por toda a região do Volga. A necessária ação concentrada contra essa agitação interna pressupunha condições claras na Polônia.
Em Fevereiro de 1772, a Rússia e a Prússia concordaram com um tratado de partição do território polonês entre si. Em 5 de Agosto de 1772 foi assinado o „Tratado de Petersburgo“ entre as três grandes potências, já que a Áustria como aliada do bloco, também pode assegurar uma parte do território para si mesma. A história trata sarcasticamente desse episódio como „medida“ para „pacificar“ a Polônia, o que custou ao país mais do que estava previsto e nesse primeiro momento os estrangeiros tomaram mais de um quarto do território polonês e um terço de sua população ficou sob o poder de povos estrangeiros, deixaram de ser polonêses e tiveram que se submeter à política dos ocupadores de seu país.
A divisão da Polônia foi sancionada por maioria parlamentar – depois dos parlamentares terem sido subornados e pressionados para tanto
Uma conquista na mesa do gabinete russo – até então um ato único na história européia. Três monarquias absolutistas européias, todas com chefes de sangue germânico – Rússia, Áustria e Prússia – satisfizeram suas próprias ganâncias mútuas de equilíbrio territorial e de poder dividindo um quarto de um soberano estado vizinho entre si.
A Polônia, que não conseguiu se defender e não encontrou apoio internacional, foi forçada a concordar com o tratado de partição das três superpotências. Os nobres e magnatas, membros do Sejm, inicialmente ficaram longe do Parlamento. Porém a Rússia, Prússia e Áustria pressionaram, fizeram suas tropas marcharem e pagaram muitos subornos. Em 30 de Setembro de 1773, a divisão foi então sancionada por maioria parlamentar. O Rei polonês Estanislau August Poniatowski precisou abdicar.
Anexaram áreas que maior do que as designadas na Convenção de Petersburgo
Apesar da Convençãode Petersburgo para de Partição da Polônia determinar claramente a quantidade territorial que cada um dos três aliados receberiam, a Rússia, Áustria e Prússia anexaram áreas que iam muito além das designadas nesta Convenção. A Rússia incorporou a Livônia e partes da Bielorrússia (84.000 quilômetros quadrados com 1.256.000 cidadãos polonêses). A Áustria se apossou da região da Polônia Menor e grande parte da Galícia (93.900 quilômetros quadrados, 2.669.000 cidadãos polonêses). A Prússia, apesar de ter anexado „apenas“ 35.000 quilômetros quadrados com 365.000 cidadãos polonêses (a Vármia e partes da Polônia Maior,) o rei prussiano pode se sentir o verdadeiro vencedor da divisão.
A conexão terrestre entre a Prússia Oriental e Brandemburgo, pela qual os Hohenzollern lutaram por gerações, havia finalmente sido estabelecida e, com a introdução das tarifas fiscais do Vístula, a Prússia assumiu o controle do lucrativo comércio exterior polonês e passou a fortalecer sua economia nacional através do terrritório anexado da Polônia. Além disso, Frederico II ganhou o direito de finalmente poder se chamar Rei “da Prússia” (anteriormente o título só se aplicava “na Prússia”). E, como tal, ele conseguiu manter sua posição como um parceiro de negociação chave na estrutura de poder continental, que havia sido enfraquecida após a Guerra dos Sete Anos. As outras partições da Polônia que se seguiram (1793 e 1795) finalmente promoveram a ascensão da Prússia e da Rússia para se tornarem grandes potências européias.
- 1ª Ocupação em 1772
- 2ª Ocupação em 1793
- 3ª Ocupação em 1795 e extinção do Estado polonês
Após três sucessivas ocupações por três de seus vizinhos, a monarquia polonêsa foi extinta em 1795, então por 122 anos.
O país recuperou sua independência em 1918 sob a “Segunda República Polonesa”, no entanto, em 1938 foi novamente ocupada pelos alemães, desta vêz pelo seu III Império (nazismo) que tentaram destruir a cultura e o povo polonês (4ª ocupação). Foi a mais severa e mortal ocupação do territótrio polonês. Em 1945, depois de libertada da ocupação nazista, ficou décadas aprisionada pelo regime comunista. Somente em 1989 a Polônia ressurgiu como um estado independente – 3ª República da Polônia.
A Constituição polonesa de 3 de Maio de 1791 foi a primeira Constituição Democrática na Europa e a segunda no mundo seguindo a Constituição dos Estados Unidos de 17 de Setembro de 1787 e precedendo a Constituição francesa de Setembro por vários meses.
A Constituição estadunidense foi forjada no fogo da Guerra da Independência estadunidense, a francesa foi produzida pela Revolução nacional, enquanto a polonesa floresceu de mudanças efetuadas por forças político-sociais que lutavam para recuperar a independência de seu próprio Estado e a soberania de sua nação que estava ocupado por nações estrangeiras; queriam o desenvolvimento do país predeterminando uma proteção efetiva da independência. Estas três constituições produzidas no final do século XVIII ainda são consideradas as primeiras constituições modernas do mundo.
Depois da quarta ocupação e extinção do Estado da Polônia os polonêses foram forçados a se submeterem ao regime comunista da UdRSS. A Polônia foi o primeiro país da Europa a se libertar do comunismo – Movimento „Solidarnośc“ (Solidariedade). Quando o regime comunista fracassou e a UdSSR se desmantelou, os polonêses fundaram em 1989 a atual República da Polônia.
Solidarnośc foi um sindicato polonês que emergiu do movimento grevista em 1980. Era o maior sindicato não governamental e independente da Polônia e de todo o bloco oriental. O Solidarnośc foi muito mais do que um mero sindicato. Ele foi um movimento revolucionário nacional que expressou a luta dos poloneses por democracia e liberdade. O movimento agia na tradição dos protestos dos trabalhadores anticomunistas. Quase dois terços de todas as fábricas na Polônia aderiram ao movimento Solidarnośc.
No final da década de 1980, o Solidarnośc tornou-se um dos maiores movimentos pacíficos de liberdade do século 20, que mudou o mundo para sempre. Ela teve uma influência decisiva na mudança política da UdSSR e no fim do comunismo em todo o bloco oriental.
Muitos poucos brasileiros conhecem a história da Polônia. Muito bom esse artigo.