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A Alemanha e Índia reforçam parceria estratégica.

In EM PORT.-BRASIL
Mai 03, 2022

Primeiro-Ministro da Índia em visita oficial em Berlin/Alemanha é recebido pelo novo Chanceler alemão, Olav Scholz. Sob a ex-chanceler Angela Merkel a Índia se tornou o país número um em cooperação para o desenvolvimento. No governo Merkel a Alemanha tentou atrair mão-de-obra qualificada da Índia, mas não deu certo, e é no motivo pelo qual a Alemanha não consegue de forma suficiente atrair e manter mão-de-obra qualificada que está o problema.

Fonte: Mediatheke der Bundesregierung

No ano 2000 um novo programa de vistos tinha a expectativa de atrair as melhores cabeças, principalmente da Índia

O „Green Card“ alemão foi introduzido em Agosto de 2000 ainda pelo governo do Chanceler Schröder com o objetivo de atrair para o país 20.000 profissionais estrangeiros na área de tecnologias de informação e comunicação (TI) de forma „não burocrática“.

Em 2000, no auge da empolgação da Alemanha por profissionais de IT da Índia, o professor Ashokek Dutta, do Insitutue of Social Warfare and Business Management em Calcutá, calculou que 600.000 profissionais de TI são treinados na Índia todos os anos. Segundo ele, numa matéria do jornal Die Welt (2000) entitulada „Deutschland ist attraktiv für indische Fachkräfte“ (A Alemanha é atraente para profissionais de T.I. da Índia) a Alemanha seria extremamente atraente para muitos profissionais qualificados e ele falou que, comparados com a Índia, os salários na Alemanha são muito altos.

Na mesma matéria do Die Welt consta o seguinte: „Green Card está atraindo interesse mundial – mas a maioria das demandas vem da Índia.“

Fonte: Bundeszentrale für Politische Bildung (BPB)

A Alemanha desenvolveu e otimizou ao longo de cinco anos seus programas de vistos para atrair profissionais de IT do estrangeiro; na mídia o tema era em torno dos profissionais de T.I. da Índia. O jornal Süddeutsche Zeitung da estado da Baviera escreveu numa matéria entitulada „Die Mär vom Inder“ (O conto de fadas do Indiano) no contexto de uma pesquisa publicada pelo Departamento Federal de Migração e Refugiados: „O imigrante altamente qualificado, especialmente o especialista em TI, vem da Índia. Esta era a imagem que se tinha na cabeça, tudo girava em torno dos planos da Alemanha para atrair profissionais estrangeiros da Índia, isto foi amplamente estabelecido na sociedade desde que o então Chanceler Gerhard Schröder introduziu o Green Card em 2000, para a competição na atração das mentes mais brilhantes do mundo, como disse ele mesmo durante o lanöamento do programa green card durante a feira internacional de tecnologia, a Cebit em Hannover.

A Alemanha estava fortemente convencida e, desta forma, iludida de si mesma, pensava que a demanda pelos green card alemães seria tremenda, ou seja, atrairia com facilidade os indianos, pois como o professor Ashokek Dutta, do Insitutue of Social Warfare and Business Management em Calcutá havia afirmado numa conferência em 2000, os profissionais de T.I. indianos na Índia ganhariam mal em comparação com os seus pares na Alemanha.

A forte barreira cultural na Alemanha impediu o sucesso do programa de vistos para profissionais altamente qualificados

Desde o lançamento do green card alemão, no ano 2000, a Alemanha se empenhou insistentemente em atrair profissionais de T.I. da Índia para seu mercado de trabalho, como revela, por exemplo, um artigo da revista Der Spiegel com o título „Deutschland ist ja schön“ (A Alemanha é linda, mas…). Mas as autoridades alemães, os cientistas, os consultores do governo, os empresários, as conferações de indústrias, os sindicatos, enfim, a grande maioria dos envolvidos nesse projeto político, preferiu continuar ignorando o fator cultural alemã, este que é uma barreira para a carreira profissional (horizontal ou vertical) de estrangeiros bem qualificados na Alemanha. Ignoraram o fato de que gente bem qualificada do além-mar tem aceitação em qualquer lugar e que a ela, a Alemanha, estava em competição com outros países que também estavam em busca de profissionais qualificados. Nesses outros países o fator cultural é bem mais favorável para o profissional estrangeiro. Centenas de profissionais indianos ainda vieram para a Alemanha, acreditaram nas gigantescas campanhas de marketing da Alemanha na Índia, mas uma absoluta maioria não permaneceu por muito tempo e, ou regressaram à Índia, ou se mudaram para os EUA, Inglaterra ou Austália.

„De alguma forma, algumas pessoas imaginavam na época que éramos a terra dos sonhos dos profissionais de TI em todo o mundo, mas eles vão para um lugar completamente diferente“, resume Bernhard Rohleder, presidente da associação da indústria de TI Bitkom.

Bernhard Rohleder, presidente da associação da indústria de TI Bitkom numa matüeria do DW entitulada „Die Lehren aus dem Greencard-Flop“ (As lições do fracasso do green card)

Mais adiante, ainda na mesma matéria, o Süddeutsche, ainda no contexto dos resultados da pesquisa sobre imigração na Alemanha, explica que na verdade, o profissionais estrangeiros bem qualificados não vieram da índia, mas sim dos EUA ou da Rússia e geralmente não imigraram especificamente com um green card alemão, mas já estavam na Alemanha antes e puderam trocar o visto de permanência pelo novo programa de imigração, o green card alemão.

A revista Der Spiegel publicou o seguinte: „O programador Himanshu Joshi vê muitas barreiras na Alemanha que impedem os estrangeiros: idioma, hábitos alimentares e diferenças culturais. „Os alemães não são tão amigáveis“, diz ele. „Eles são considerados egocêntricos.“

Nove anos mais tarde, a Alemanha, mesmo acanhadamente, precisou aceitar e cair na real

Nove anos mais tarde a Alemanha forçosamente cai na real e os jornais publicam fatos sobre a indesejada realidade. O jornal Süddeutsche Zeitung explica numa matéria do ano 2009: „“Os Computer Indians“ deveriam fortalecer a indústria alemã de TI com a ajuda de um green card. No entanto, a maioria dos imigrantes altamente qualificados veio de outros países“ e não da Índia. As vagas existentes não foram preenchidas e os green cards da Alemanha não atraíram assim os profissionais de T.I. da Índia como a Alemanha desejava.

Segundo o Süddeutsche na mesma matéria, os pesquisadores dos orgãos públicos do governo responsáveis por vistos de trabalho enviaram um longo questionário a quase 1.000 imigrantes, com profissão de cientistas, professores e outros com altos rendimentos (salário mínimo 86.000 euros/ano), este que usufruem de benefícios especiais; eles têm o direito de permanecer no país permanentemente desde o início e são automaticamente autorizados a trazer consigo suas famílias. Mais de um terço desses especialistas são estadunidenses (20,1%) ou russos (16,8%), os indianos ficaram muito atrás com apenas 4,7% como imigrantes na Alemanha. Além disso, apenas 15 por cento dos imigrantes altamente qualificados precisaram de green card, pois a maioria já tinha residido na Alemanha com um visto de residência limitado e somente precisou prolongar o visto pois estavam bem qulificados.

Segragação pela origem – os profissionais de países do G7 gaham bem mais

O Süddeutsche tocou numa ferida alemã: „a mesma pesquisa também revela que imigrantes estadunidenses, canadenses e japoneses, em sua maioria, têm renda bruta anual acima de 100.000 euros por ano, enquanto os russos, ucranianos, chineses e romenos geralmente são enganados com quantias muito menores. E estes ainda querem ficar: mais de 70% disseram estar muito satisfeitos com a vida na Alemanha, e dois terços decidiram depois de apenas alguns anos que queriam se estabelecer no país „a longo prazo“ ou „para sempre“.

Ou seja, as empresas alemães se aproveitam da situação dos imigrantes qualificados nos países de origem, onde os profissionais ganham menos, e segregam pela origem com salários inferiores para a mesma responsabilidade profissional.

Profissionais segregados por causa da origem com salários inferiores aos outros de países do G7 sentem-se, juntamente com suas famílias, inferiores e isso não traz vantagem alguma para a Alemanha, pelo contrário, desta maneira ela com toda sua recente história de segregação por motivo de raça, alimenta um ressentimento que se encadeia de foma negativa, ao invés de relativar o passado, vai fortalecer sentimentos negativos na alma de seus imigrantes.

O fator cultural precisou ser neutralizado

O fator cultural que age formando uma dificilmente transponível barreira cultural e de longas datas ignorado pela Alemanha do pós-guerra somente veio a mudar de 2015 em diante. Em 2015 o governo Merkel escancarou as fronteiras alemães para a imigração indiscriminada de fugitivos de guerras no continente africanos, região arábica, síria, etc. Desde então o governo tem intensificado suas campanhas de esclarecimento sobre a necessodade da Alemanha por imigrantes, principalmente iigrantes qualificados. Como ela não conseguia atraiar em tempo hábil imigrantes altamente qualificados e os problemas demográficos se acentuama cada ano, ela resolveu encarar o fator cultural e tomar medidas para alterá-lo. A Índia tem sido o foco de investimentos no continente asiático, agora que a China não mais o é.

Uma nova Alemanha para receber profissionais bem qualificados da Índia ou de outro país

Hoje ela assinou acôrdos de cooperação com a Índia, os quais permitem à

  • Índia acesso a 10 bilhões de Euros e ela,
  • a Alemanha, terá acesso previlegiado ao mercado interno, bem como também aos profissionais de tecnologia da Índia.

A Alemanha de hoje não é mais como a Alemanha das primeira décadas do século 21. As duras experiências com sua própria maneira de ser culturalmente mantiveram os cobiçados profissionais de T.I. distantes ou os afugentaram, além disso os países outrora sub-desenvolvidos emergiram no mercado global com nova auto-estima, fato este que as antigas alianças comerciais estão se remodelando.

A própria maneira de ser culturalmente

O governo alemão tem investido massivamente em esclarecimento social para acabar com a segregação social dos imigrantes e seus filhos, os novos alemães, em todos os segmentos da sociedade alemã. As empresas alemães tem publicados em suas páginas de internet nomes e fotos de pessoas de cores em cargos médios de gestão, até mesmo prospectos de vend tem sido publicado em turco, e nos orgãos públicos os informativos já são em idiomoas turco, polonês, árabe, etc. Isso demonstra uma nova mudança de cultura. Se essas mudanças realmente acontecerem na cabeça das pessoas, uma nova geração de cidadãos alemães está se formando com uma atitute mais positiva perante a igualde de todos os cidadão alemães, independentemente destes serem de origem de sangue alemão ou estrangeiro.

Fonte literária:

Bundeszentrale für politische Bildung (BPB): Die deutsche „Green Card“, 2005, acesso dia 03.05.2022.

Deutsche Welle (DW): Die Lehren aus dem Greencard-Flop, 0108.2015

Deutschlandfunk: Interessieren sich indische IT-Experten für die deutsche Green Card?, 31.05.2000, acesso dia 03.05.2022.

Der Spiegel: Deutschland ist ja schön, aber…, 11.05.2012, acesso dia 03.05.2022.

Die Welt: Deutschland ist attraktiv für indische IT-Experten, 07.06.2000, acesso dia 03.05.2022.

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