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O Primeiro-Ministro britânico viajou para a Árabia Saudita, em busca de petróleo

In EM PORT.-BRASIL
März 16, 2022

Boris Johnson voltou a ser criticado por sua viagem à Arábia Saudita. O primeiro-ministro da Grã-Bretanha quer tornar seu país menos dependente do petróleo da Rússia e, portanto, está se voltando para a Arábia Saudita. Johnson defendeu seu plano, comparando o presidente russo, Vladimir Putin, a um „traficante de drogas“.

O presidente Vladimir V. Putin deu a entender que o Kremlin está se preparando para reprimir ainda mais os dissidentes e qualquer pessoa com laços com o Ocidente, dizendo que os inimigos da Rússia estavam apostando em uma “quinta coluna, em traidores nacionais” dentro do país que “não estavam com nossa gente, não com a Rússia”.

Intensificando a busca por alternativas à energia russa, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, visitou na quarta-feira a Arábia Saudita na esperança de persuadir o produtor de petróleo a aumentar a produção e aliviar a pressão nos mercados globais. Mas no próprio país, os críticos tinham outra opinião sobre os esforços de Johnson para reduzir a dependência ocidental do presidente da Rússia, Vladimir V. Putin: mudar de uma relação com um ditador para com um outro.

Com os europeus buscando diminuir a dependência de suas economias do fornecimento de combustíveis fósseis russos, Johnson descreveu a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, que ele também visitou na quarta-feira, como „partes internacionais importantes“ (de sua estratégia). O mundo precisa „lidar com a nova realidade“ após a invasão da Ucrânia, disse Johnson antes de deixar Londres.

Mas sua visita à Arábia Saudita ocorre poucos dias depois que este país executou 81 pessoas. E o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, também aprovou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, segundo um relatório de inteligência dos EUA.

Falando no Parlamento em Londres na quarta-feira, Angela Rayner, vice-líder do Partido Trabalhista de oposição, acusou o governo de Johnson de ter uma política de energia fracassada e disse que o primeiro-ministro “passou de um ditador para outro em uma missão ao príncipe saudita para salvá-lo.” Johnson estava, disse ela, confiando em um „ditador assassino para manter as luzes acesas e as bombas de óleo abertas“.Dominic Raab, o vice-primeiro-ministro, respondeu dizendo que o governo levantou consistentemente preocupações para com os direitos humanos na Arábia Saudita, aplicou sanções contra os assassinos de Khashoggi e “nunca permitiria que nossas linhas vermelhas morais fossem borradas”.

Mas na terça-feira, um dos parlamentares ligados a Johnson, Crispin Blunt, condenou as recentes execuções na Arábia Saudita, apelando ao primeiro-ministro para deixar claro em Riad „como os amigos do país estavam horrorizados“.

A diplomacia agitada de Johnson exemplifica os dilemas e obstáculos enfrentados pelos líderes ocidentais se eles esperam limitar o impacto econômico sobre seus cidadãos ao reduzir a dependência dos hidrocarbonetos russos. Embora a Grã-Bretanha não seja um importador particularmente grande de energia russa, outros países europeus o são – e o preço do petróleo e do gás disparou. Os grandes produtores do Golfo poderiam ajudar significativamente as economias da Europa Ocidental aumentando sua produção, mas não têm nenhum incentivo econômico óbvio para fazê-lo.

Nem estão necessariamente alinhados diplomaticamente. Antes de seguir para Riad, Johnson desembarcou nos Emirados Árabes Unidos que, juntamente com China e Índia, se abstiveram de uma resolução das Nações Unidas condenando a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Embora o governo britânico tenha criticado os abusos dos direitos humanos na Arábia Saudita – incluindo as execuções realizadas no fim de semana –, o fez de forma menos estridente do que muitos outros países.

Antes da visita de Johnson, Downing Street disse que o primeiro-ministro levantaria as objeções da Grã-Bretanha à pena capital com o príncipe herdeiro Mohammed, mas não se comprometeria a fazer o mesmo em relação ao assassinato de Khashoggi. Funcionários do governo britânico minimizaram as expectativas de que as reuniões produziriam resultados instantâneos, apresentando-as, em vez disso, como parte de um processo de longo prazo.

Não importam os crime que países, seus mandatários e quem quer que seja ligado a tais países cometam, quem se informa de maneira abrangente e conectado com a história, sabe que quando um país tem forte poder político, é porque ele primeiro adquiriu força econômica, e na competição entre as nações, tornou-se politicamente poderoso e intocável. Sendo assim, todos os seus crimes são meras balas de canhão de seus adversários quando estes se sentem ignorados, pois deixaram de ser interessantes.

Por mais que o príncipe herdeiro da Árabia-Saudita, Mohammed bin Salman, tenha sido identificado pela Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) como o mandante do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi (link para a reportagem do New York Times), ninguém vai ousar a por as algemas nele. Ao contrário de Julian Assang, o empresário australiano que tornou transparente vários atos de corrupção de váris chefes de estado, de espionagem e barbaridade de soldados estadunidenses (wikileaks) precisa viver confinado na Grã-Bretanha para não ser entregue à Justiça dos EUA que quer condená-lo por espionagem.

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​Relembrando: em Abril de 2010, o Wikileaks publicou um vídeo feito de um helicóptero de ataque dos EUA em Bagdá em 2007. Nele se vê como lá no solo os civis são cercados e finalmente baleados. Nisso não se vê uma situação de combate confusa, como o Pentágono sempre afirmou ter sido. Graças ao Wikileaks, a mentira dos EUA foi exposta. Este vídeo tornou a plataforma Wikileaks conhecida mundialmente. Mais tarde, o Wikileaks também causou alvoroço com a publicação de telegramas das embaixadas dos EUA.

O Wikileaks é um serviço público internacional que permite que jornalistas e denunciantes publiquem suas informações. Publicamos uma grande variedade de documentos de diferentes países que tiveram importantes consequências políticas.“
Julian Assange, fundador do Wikileaks. Veja aqui este vídeo onde Assange fala sobre o Brasil >>>

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A Árabia Saudita é importante até mesmo para o Brasil que se cansou de ser bobo e bola de jogo das poucas forças políticas que democraticamente reinaram no planeta por décadas, quase como um monopólio dos 7. Agora o Brasil decidiu que irá desenvolver seriamente sua economia para dela retirar sua força política. Na reestruturação das alianças globais o Brasil busca também parceria com a Arábia Saudita. Tudo indica que em Março vindouro o o príncipe herdeiro da Árabia-Saudita, Mohammed bin Salman, visitará o Brasil.

A Grã-Bretanha, se se desligar da Rússia, vai pagar caro pelo óleo saudita. O trabsporte do mesmo até a Europa terá que ser por navios. Na era onde valores ambientes valem muito, a diminuição da quantidade de carbono na atmosfera é objetivo de todas as nações do planeta. Além disso, transporte marítio é caro e ele também encarecerá o preço final dos produtos derivados do óleo e tudo aquilo que depende dele na Grã-Bretanha. Em comparação com a Árabia Saudita, a Rússia está ao lado da Grã-Bretanha. Se livrar da dependência de óleo russo é quase uma ilusão.