Georges Cangilhem

In EM PORT.-BRASIL, IN DEUTSCH
April 21, 2022

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Die Geschichte einer Wissenschaft kann keine einfache Sammlung von Biografien sein, geschweige denn eine mit Anekdoten gefüllte Chronologietabelle. Es muss auch eine Geschichte der Bildung, Deformation und Berichtigung wissenschaftlicher Konzepte sein. […] Von dieser Ungeduld, von diesem Wunsch, die Momente der Zeit füreinander transparent zu machen, muss uns die Wissenschaftsgeschichte heilen. Eine gut geschriebene Geschichte, was auch immer die Geschichte ist, ist eine, die es schafft, die Undurchsichtigkeit sensibel zu machen, wie die Dicke der Zeit …


Geroges Cangilhem war Philosoph und Mediziner und einer der bedeutendsten Wissenschaftshistoriker Frankreichs. Mit seinem Denken beeinflusste er unter anderem Michel Foucault und Gilbert Simondon. Manchen gilt er als „Schüler Bachelards“, anderen als „Lehrer Foucaults“. Nach seinem Abschluss in Philosophie 1927 unterrichtete er zunächst an Gymnasien. Ein darauf folgendes Medizinstudium schloss er 1943 in Straßburg ab. Er nahm aktiv an der Résistance teil und richtete 1944 im Süden Frankreichs ein Lazarett ein, dessen Evakuierung er während eines Angriffes leitete. 1955 habilitierte er sich an der Sorbonne und folgte Gaston Bachelard als Leiter des Instituts für Wissenschaftsgeschichte nach.

Canguilhem war kein „gelernter“ Wissenschaftshistoriker. Er war auch kein Wissenschaftler, der von der aktuellen Forschung Abschied genommen hatte, um sich mit Theorie und Geschichte der eigenen Disziplin auseinanderzusetzen. Von der Philosophie kommend, bahnte er sich über ein Studium der Medizin, das aktive Engagement in der Résistance und die Tätigkeit als Generalinspektor des nationalen Bildungswesens nur langsam und gleichsam tastend seinen Weg in ein Feld, das für ihn erst Mitte der 50er Jahre durch seine Berufung auf den Sorbonne-Lehrstuhl für „Philosophie und Geschichte der Wissenschaften“ institutionell Verankerung fand. Obwohl Canguilhem zum Zeitpunkt dieser Berufung schon 51 Jahre alt war, sollte es noch weitere 15 Jahre dauern, bis er zum ersten Mal programmatisch und zugleich resümierend umriß, was aus seiner Sicht den Gegenstand dieser Disziplin, der Wissenschaftsphilosophie und -geschichte, ausmache. Canguilhem hat das eigene Leben nicht einfach einem einmal formulierten Programm unterworfen, und auch rückblickend hat er sich nur selten zur eigenen Person und zum eigenen Werdegang geäußert. Nicht zuletzt deswegen ist er, trotz des erheblichen Einflusses, den er auf die französische Nachkriegsphilosophie ausübte, in der breiten Öffentlichkeit eine schwer zu fassende Figur geblieben.

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A história de uma ciência não pode ser uma simples coleção de biografias, muito menos uma tabela cronológica repleta de anedotas. Deve ser também uma história da formação, deformação e retificação de conceitos científicos. […] A história da ciência deve nos curar dessa impaciência, desse desejo de tornar os momentos do tempo transparentes um para o outro. Uma história bem escrita, seja qual for a história, é aquela que consegue tornar a opacidade sensível, como a espessura do tempo…


Georges Cangilhem foi um filósofo e médico e um dos mais importantes historiadores da ciência na França. Seu pensamento influenciou Michel Foucault e Gilbert Simondon, entre outros. Alguns o consideram um „aluno de Bachelard“, outros um „professor de Foucault“. Depois de se formar em filosofia em 1927, ele inicialmente ensinou em escolas secundárias. Ele então completou seus estudos médicos em Estrasburgo em 1943. Ele participou ativamente da Resistência e montou um hospital militar no sul da França em 1944, que conseguiu evacuar durante um ataque. Em 1955, ele se habilitou na Sorbonne e sucedeu Gaston Bachelard como chefe do Instituto de História da Ciência.

Canguilhem não era um historiador da ciência com formação acadêmica. Tampouco era um cientista que havia abandonado a pesquisa atual para lidar com a teoria e a história de sua própria disciplina. Vindo da filosofia, ele só lentamente e timidamente abriu caminho para o campo estudando medicina, se envolvendo ativamente na resistência (era nazista na França) e a assumindo posição de inspetor geral do sistema nacional de ensino foi institucionalmente ancorado na Cátedra Sorbonne para „Filosofia e História da Ciência“. Embora Canguilhem já tivesse 51 anos de idade à época desta nomeação, passaram-se mais 15 anos até ele se delinear pela primeira vez programaticamente e ao mesmo tempo resumir o que, do seu ponto de vista, constitui o assunto desta disciplina, a filosofia e a história da ciência. Canguilhem não se limitou a submeter sua própria vida a um programa previamente formulado, e mesmo em retrospecto raramente falava de si mesmo ou de sua carreira. Não menos por esta razão, apesar da considerável influência que exerceu na filosofia francesa do pós-guerra, ele permaneceu uma figura indescritível no público em geral.

Quelle/Fonte: MAX-PLANCK-INSTITUT FÜR WISSENSCHAFTSGESCHICHTE, Cornelius Borck, Volker Hess und Henning Schmidgen, Erkenntnis des Lebenden. Eine Skizze zu Georges Canguilhem (1904–1995), S. 4

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